sábado, 27 de maio de 2017

MENTIR É ÉTICO?

Ética da Mentira
Ética da Mentira

 “mentira” é uma falsidade, uma afirmação contraria a uma realidade, ou seja, uma negação da verdade conhecida, e, consequentemente, uma lesão à virtude, ao bem de cada um e ao de terceiros.” Pode parecer contraditório, pois no campo científico, onde o objetivo a ser alcançado é considerado como verdadeiro, possa ser aceita uma “ética da mentira”, como matéria de indagação. Considerar que o “aético” possa ser considerada parte do que estuda e ética parece um pouco contraditório, mas a mentira é considerada objeto de estudo e conhecimento, assim como outras áreas do conhecimento estuda suas “anomalias”, como, por exemplo, a auditoria analisa as fraudes e o direito analisa os delitos.O objetivo ou um deles, que levaram ao estudo da mentira, foi que por causa dela foram vitimados muitas pessoas ao longo do tempo. Deste modo buscou-se pesquisar sobre a conduta do homem perante a realidade e também o comportamento do homem em relação à verdade.Grandes pensadores filósofos deixaram suas contribuições no tocante à “lesão à verdade” refletindo sobre sua origem desenvolvimento e consequências. Dentre esses filósofos Nietzsche, se destacou por rebelar-se contra as falsidades. Nietzsche entendeu a vontade associada à liberdade, colocou a mentira como algo virtuoso, ato de quem é livre. Que havia misturado como interesses de quem sempre teve vontade em dominar seu semelhante e que isso não passava de posicionamentos inferiores a dignidade.Ele concluiu que a humanidade se havia preocupado mais em seguir o que se modelará para ela, como se fosse uma verdade ética defensável do que mesmo pensará e buscará uma ética que defensável fosse, como verdade.


Sempre ouvimos que há o certo e o errado, que mentir é errado, por exemplo. Mas, mentir pode ser ético dependendo da situação, pois a mentira pode ser vista como algo tolerável quando usada, por exemplo, para prevenir um mal. Embora a mentira possa ser eficaz, nunca deixará de ser uma sonegação da verdade. Com isso, podemos entender que perante a ética, a mentira é uma ocultação da verdade, porém, diante do estudo da ética da mentira, algumas mentiras podem ser válidas quando conscientemente praticadas e provocam efeitos virtuosos de qualificada expressão, ou seja, a mentira pode ser utilizada quando causa o bem para a(s) pessoa(s). Faz-se necessária
 assim a identificação dos motivos que levam um indivíduo a mentir, índole, falha na educação, o emocional, conveniência, seja qual for à razão, a mentira está fundamentada em questões íntimas e em diferentes situações.
São diversos os aspectos da mentira, podendo surgir de uma falsidade total, de uma meia falsidade de uma simulação ou até mesmo uma ocultação parcial ou total da verdade. É possível mentir veiculando a verdade, ou seja, quando nos fazem acreditar em algo que não seja necessariamente verdade, não nos faz de ser um mentiroso. Quando, todavia, se mente consciente de que se esta veiculando o que é falso, neste caso, sim, alguém se torna um mentiroso autêntico e absoluto, porque este se identifica com a mentira. A informação pode ser usada para manipular o pensamento, muitas vezes os controladores da imprensa, usam de falsidades para atender a interesses especulativos e de dominação.
Pois cada mentira comunicada deve ser estudada, por que depende da forma e onde é transmitida essa informação errada. Tem proporção maior quando atinge o coletivo, devido se espalhar rápido. Agora existem os fatores que influenciam sobre os efeitos quantitativos de falsidade da informação que são: – a quantidade de pessoas; – a qualidade do mentiroso; – a qualidade do informe; e – a quantidade do informe. Essas informações que são danificadas pela mentira e falsidade podem ser de qualquer ambiente, na bolsa de valores, advogados, contador, auditoria, etc. Um exemplo é se o contador omite uma informação das demonstrações contábeis com ou sem consentimento do cliente, com certeza alguém sofrerá por essa falsidade comunicada.

As questões éticas manifestam-se a cada dia em toda nossa sociedade. Levando em consideração que suas raízes possam estar ligadas a moral, por ser uma forma de comportamento humano em que precisamos considerar em toda a sua diversidade a conduta do indivíduo. Ética e moral são relativamente diferentes do ponto de vista de análise da ação humana, pois, o que hoje é considerado errado, amanhã pode ser tido como certo e vice-versa. Ou ainda, o que para um determinado grupo é correto, para outro pode não ser.A mentira é apenas um exemplo entre tantos outros, mas bastante ilustrativo. Pode-se até considerar categoricamente que a mentira é sempre algo ruim. O problema é quando a consequência de não mentir é algo pior do que a própria mentira. Imaginemos a situação em que dizer a verdade resulta na morte de alguém. Embora mentir seja ruim, podemos considerar a morte de alguém muito pior.

Levando por esta análise, a palavra "ética", deriva de ethos, não se refere exatamente apenas a comportamento e atitude. É óbvio que a ética é determinada historicamente, caso contrário entramos no essencialismo, algo que considera uma essência anterior existência. E o essencialismo só é concebível no plano religioso, somente nele pode falar da Verdade Soberana. Está em João 8:32: "Conheceis a verdade e a verdade vos tornará livres". Em história, se fala em verossímil (que parece verdadeiro) e essa é uma distinção importante. Assim, do ponto de vista da diacronia histórica - aquilo que sofreu mudanças ao longo do tempo - a ética é relativa. Portanto voltando em João comparar o pensamento ético de seu tempo com o tempo moderno seria cometer um irreparável anacronismo histórico, pois uma determinada sociedade compartilha valores que muitas vezes (ou quase sempre) são diferentes como hábitos e costumes historicamente localizado no tempo e no espaço.
Para finalizar, mentira é uma condição humana necessária? Se a ética é entendida como hábitos e costumes, isto é, o modo como as pessoas se comportam na realidade, ao longo do tempo, e repetem comportamentos que têm como resultado algo que dá certo (e não errado), mentir no dia a dia funciona em alguma medida. Pois a ideia que se diga a verdade sempre é de uma ilusão atroz; às vezes até falta de educação falar a verdade o tempo todo.

Referência

 Rodrigues, Niquelly
Novembro 2014 - São Paulo

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Novo Visual


Olá!!!

A partir de hoje, o blog ganha um novo visual e uma remodelagem. Semanalmente serão publicados textos de interesse nas áreas de História, Filosofia e Sociologia, além de assuntos relacionados a atualidade política.

Seja bem-vindo, novamente!

Prof. Marcelo Rebinski

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Publicação na Gazeta do Povo do dia 14/08/14

Sistema carcerário

Não é de hoje que essa questão da superlotação de presos nos distritos policiais do Paraná vem se arrastando, criando um quadro caótico nas delegacias que, juridicamente, não têm a incumbência e atribuição da guarda de presos. A Secretaria de Estado da Justiça não vem cumprindo a determinação quanto à transferência dos detentos para o sistema prisional, desviando a função dos policiais civis. Se o caso é de improbidade administrativa, conforme defende o Sinclapol, somente o Poder Judiciário pode dizer. Mas ninguém pode questionar que o caso fere os princípios constitucionais e os direitos humanos.
Marcelo Rebinski, historiador

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Publicação na Gazeta do Povo do dia 11/08/14

André Vargas
Para quem acompanhou pela imprensa os desdobramentos envolvendo o deputado André Vargas, já era dada como líquida e certa a decisão do relator da Comissão de Ética da Câmara, que pediu a cassação do parlamentar. E de nada adianta Vargas espernear que sua defesa foi cerceada. O deputado sempre se esquivou em se defender perante o Conselho. Agora resta esperar que o plenário da Câmara vote o pedido de cassação do mandato.
Marcelo Rebinski, historiador

sábado, 9 de agosto de 2014

Publicação na Gazeta do Povo do dia 09/08/14

Tribunal de Justiça
Firme e assertiva a decisão do CNJ em manter o afastamento do desembargador Clayton Camargo de suas funções como magistrado. Apesar de o processo administrativo disciplinar ter sido prorrogado e Camargo continuar a receber os proventos na sua integralidade, o CNJ parte do pressuposto de que as ações que tramitam contra o desembargador são sérias. Ao que tudo parece, o sinal de bom direito tem prevalecido no CNJ ao decidir pela continuidade do afastamento.
Marcelo Rebinski, historiador

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Publicação na Gazeta do Povo do dia 06/08/14

Polícia 2
Em um país que paga à maioria dos brasileiros um salário pífio, que não cumpre o que diz a Constituição Federal sobre garantir o mínimo básico para que uma família possa viver com dignidade, como moradia, saúde e educação, ser despejado até entende-se. Porém, que o poder público figure nas manchetes como mau pagador quanto ao cumprimento contratual de aluguéis de órgãos públicos essenciais, como é o caso das unidades da Polícia Civil (Gazeta, 4/8), chega ser escandaloso do ponto de vista moral e ético.
Marcelo Rebinski, historiador

domingo, 3 de agosto de 2014

Publicação na Gazeta do Povo do dia 03/08/14

Tribunal de Contas

Que o Tribunal de Contas tem demonstrado que seu telhado é de vidro devido aos últimos acontecimentos envolvendo possíveis fraudes em processo de licitação é público e notório. Mas a Alep querer aprovar projeto de lei que abranda, limita ou até mesmo restringe o poder de fiscalização e da aplicação de pesadas multas por irregularidades na prestação de contas dos municípios é uma aberração. Se o TC não tiver total autonomia para julgar e aplicar sanções aos alcaides que não cumprem com austeridade, parcimônia e eficiência a aplicação do dinheiro público, o melhor é que a Alep mude a regra constitucional e passe, além de legislar, a fiscalizar e julgar suas contas e dos demais poderes.
Marcelo Rebinski, historiador