terça-feira, 15 de agosto de 2017

Criacionismo: existe um Deus?

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"Não sei se Deus existe. Mas seria melhor para Sua reputação que Ele não existisse." 

Jules Renard (1864-1910)

Seja qual for o significado da palavra "Deus", as discussões atuais acerca da teoria Criacionista supõe que de alguma forma Deus existe. O debate é terno, mas voltou a tona recentemente graças ao livro de Richard Dawkins, Deus, um delírio. Os que não acreditavam em Deus citam em seu favor a ausência de provas objetivas da existência de qualquer tipo de ser supremo, quanto mais do Deus criador das religiões bíblicas. Atualmente, a biologia evolutiva e a astrofísica (física cósmica) absorveram o conceito de Deus ao dar conta satisfatoriamente das inciativas que antes era atribuídas à onipotência divina. Voltaire (1694-11778) disse a famosa frase: "Se Deus não existisse, teríamos que inventá-lo." A implicação é que a biografia de Deus fosse escrita, sua concepção poderia ter ocorrido quando nossos antigos ancestrais, temerosos, estupefatos e desesperados para explicar o ambiente hostil onde lutavam para sobreviver e precisando de ajuda de um ser superior, começaram a fazer perguntas. Para eles, a ideia de um deus - ou deuses - manifestado nas forças da natureza servia como resposta.
As crenças primitivas dos primeiros seres humanos foram sinceras, mas depois povos mais sofisticados usaram a possível existência de Deus como forma de apostar nos dois lados. O filósofo e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662) é famoso por sua aposta: ele sugeriu que embora jamais provar a existência de Deus por meio da razão, deveríamos nos comportar como se Ele realmente existisse, porque, ao viver a vida de acordo com tal premissa (pensamento), nós teríamos tudo a ganhar e nada a perder. Albert Camus (1913-1960) - esse é contemporâneo - tinha a mesma opinião: "Prefiro viver como se Deus existisse e descobrir que Ele não existisse e descobrir que existe ao morrer". Contudo, a noção de apostar nos dois lados na questão da existência de Deus sugere uma atitude pouco séria, e a maioria das pessoas envolvidas neste debate provavelmente achariam insatisfatório um agnosticismo (doutrina que reputa a existência de Deus, dos seres humanos e do universo sem a devida comprovação pelo método empírico - científico -) que tentasse a Providência Divina, visto que o agnosticismo implica ter a "mente aberta."
Quando as pessoas dizem "eu acredito em Deus", como no Credo dos Apóstolos ou em outras informações, o ateu deve acreditar que todos estão iludidos? Já se disse que uma pessoa com experiência nunca está à mercê de uma pessoa com um argumento, e este parece ser um ponto de vista reconfortante, mas não se nós queremos "provas" da validade desta experiência a fim de compartilhá-la. Contudo, é possível que sempre tenhamos feito a pergunta errada, visto que a "existência" pode ser atribuído totalmente incorreto para se atribuir ao Divino. Em vez de perguntar se Deus existe, talvez devêssemos perguntar se Deus está nos persuadindo, silenciosamente nos instigando, chamando nossa atenção. Rudolph Otto (1889-1937) escreveu sobre o "numinoso", e a sensação de urgência do "outro", através da qual nós ficamos cientes de que "algo" nos atingiu, mas não temos muita certeza do quê. Podemos achar que é possível identificar isso confortavelmente com a ideia de Deus, mesmo que ela só possa ser compartilhada com os que a reconhecem como algo familiar. Tal subjetivismo compartilhado, embora fundamentado pelas escrituras e pelos credos, não constitui prova de que existe um Deus. Pode ser que essa intuição funcione como validação que articule tudo isso. Como o apostador Pascal perceptivelmente afirmou, "o coração tem razões que a própria razão desconhece". 
Definitivamente, os filósofos aqui citados apresentam suas "razões" para "acreditar em algo" superiormente, superior. Que age sobre nós, imaterial e subjetivo. Reconhecendo, mesmo que sem uma conclusão científica e material, que um motriz principal que regem as coisas do universo.
Retornando a celebre frase de Pascal será que o coração tem razões que a própria razão desconhece?"


Referencias Bibliográficas:

Kleinman, Paul: O pensamento filosófico da antiguidade a atualidade. São Paulo: Editora Gente, 2004



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