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TEXTO 7: A Religiosidade dos Africanos
Os povos africanos cativos para o Brasil tinham as mais diversas crenças. Pouco sabemos sobre a religiosidade dos africanos nos dois primeiros séculos da escravidão.
O que se sabe é que aos escravos africanos impunham-se a religião católica, porém, às escondidas eles continuavam praticando seus rituais e procurando manter suas crenças. Crenças que se misturavam com as crenças de outros povos negros, com as crenças indígenas e, é claro, com o catolicismo imposto pelo branco.
Em resumo, os escravos africanos foram obrigados a abraçar a fé católica; porém, no processo de aculturação, procuraram reinterpretá-la, associando muitas vezes deuses africanos a santos católicos. Eles aproveitavam os festejos religiosos para recriar seus mitos mesclando aspectos sociais e profanos*.
Dentre as diversas cerimônias religiosas africanas, podemos destacar o Acotundá e o Calundu.
O Acotundá, ou dança de tunda, era uma cerimônia praticada em casas simples, onde se dançava ao som de um tambor e se cantava com palavras extraídas do dialeto courá e também de textos católicos. O Acotundá apresenta semelhanças com os candomblés e xangôs do Nordeste.
Praticado no arraial de Paracatu em Minas Gerais, o Acontundá foi proibido e erradicado por volta de l747.
Já os Calundus eram rituais religiosos de origem jeje, que consistia em adivinhaçõe, possessões, sortilégios e festas animadas com batuques.
* não sagrado; não religioso
LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS
A liberdade dos escravos ocorreu em 13 de maio de 1888 através de um ato assinado pela Princesa Izabel, irmã do Imperador D. Pedro II.
A bem da verdade, a tal libertação se deu por diversos fatores: políticos, econômicos e sociais. Um desses fatores, foi a pressão de grupos políticos que não aceitavam mais a escravidão no Brasil. A entrada de imigrantes europeus nesta época também contribuiu para o fim da escravatura, pois a economia brasileira neste período ganhava outro rumo: o café.
Não podemos comemorar a libertação dos escravos como uma consequência humanitária. Pois, com a decretação do fim da escravidão, os escravos foram jogados a própria sorte, literalmete abandonados, formando grandes bolsões de miséria, intolerância racial e preconceito que refletem até hoje em nosso país.
Por fim, vale lembrar que em todo o continente Americano que adotou a escravidão africana, o Brasil foi o último a decretar seu fim. Foram aproximadamente 338 anos, ou seja, quatro séculos de desumanidade.
Prof. Marcelo Rebinski