segunda-feira, 17 de julho de 2017

Política, Ética e Religião

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Primeiramente, considero haver em nós certas noções primitivas, as quais são como originais, sob cujo padrão formamos todos os nossos outros conhecimentos.
Descartes 



É possível que o iluminismo seja mais significativo por suas conquistas políticas. Durante aquele período, ocorreram três diferentes revoluções: a revolução inglesa, a norte-americana e a francesa. Enquanto os filósofos iluministas começaram a direcionar o pensamento para a natureza humana e se tornaram críticos em relação ás verdades estabelecidas pela Igreja e a monarquia, a atmosfera sociopolítica também passou a ser examinada.
Os simpatizantes das revoluções consideravam que a autoridade política e social estava fundamentada em tradições obscuras e em mitos religiosos e, assim, começaram a divulgar ideias de liberdade, igualdade, direitos humanos e a necessidade de um sistema político legítimo. Os filósofos não apenas criticavam o governo, mas também criavam teorias de como deveriam ser. É a partir desse momento que as pessoas começam a adotar ideias como direito à liberdade religiosa e a necessidade de um sistema político com limites e contrapartidas. Nessa época, os trabalhos de John Locke e Thomas Hobbes foram os mais influentes.
Conforme a perspectiva política e social começou a mudar, também as pessoas transformaram a própria visão a respeito de ética e religião. Com o crescimento da industrialização e urbanização, assim como das guerras sangrentas em nome da religião, as pessoas (e, com certeza, os filósofos) começaram a questionar a motivação por trás da felicidade, da moralidade e da religião. Em vez de buscar a felicidade na união com Deus ou na determinação do que torna algo bom de acordo com a religião de cada um, os filósofos voltaram-se para a natureza humana e fizeram perguntas como: O que torna alguém feliz nesta vida?
Os filósofos iluministas voltaram-se para a religião com objetivo de livrá-la da superstição, do sobrenatural e do fanatismo (hoje muito evidente em igrejas de caráter neopentecostais), defendendo um modelo mais racional. A raiva contra a Igreja Católica cresceu e o protestantismo começou a se tornar mais popular. Durante o Iluminismo, a religião começou a assumir quatro formas:

1. Ateísmo: a ideia, proposta por Denis Diderot, de que os humanos não devem buscar um ser sobrenatural para descobrir os princípios da ordem natural,mas em vez disso, procurá-los dentro de si mesmo em seus processos naturais. O ateísmo era mais comum na França durante o Iluminismo do que em qualquer outro lugar.

2. Deísmo: essa crença de que há um ser supremo que criou e governa o universo e que tinha um plano constante para a criação desde o princípio; porém, o ser supremo não interfere com as criaturas. O deísmo é mais comumente associado como a religião do Iluminismo. O deísmo rejeita a ideia dos milagres e revelações especiais e, em vez disso, argumenta que a luz natural é a prova real de que existe um ser supremo. Os deístas rejeitam a divindade de Jesus Cristo e, ao contrário, propõem que ele seja visto como um excelente professor moral. Essa teoria também possibilitou descobertas nas ciências naturais, por acreditar que Deus criou a ordem.

3. Religião do coração: é a crença de que o Deus associado ao deísmo é também racional e distante das lutas constantes da humanidade (e, dessa forma, não serve ao propósito da religião que supostamente deveria servir). A religião do coração, adotada especialmente por Rousseau e Shaftesbury, apoia-se nos sentimentos humanos. Embora, às vezes, seja considerada uma forma de deísmo, a religião do coração é uma religião "natural", notável pela ausência de "formas artificiais de adoração" e fundamento metafísico. Em seu lugar, a ênfase real recai sobre as emoções humanas.

4. Fideísmo: um dos trabalhos mais importantes surgidos no Iluminismo foi o livro Diálogos sobre a religião natural, de David Hume (um ateísta). Publicado em 1779, após a sua morte, a obra critica a suposição de que o mundo foi criado e é de autoria de um ser supremo porque o ser humano e a razão existem. O fideísmo afirma que o racionalismo crítico não consegue eliminar a crença religiosa porque ela é muito "natural". Essencialmente, de acordo com o fideísmo, um indivíduo não precisa de razões para sua crença religiosa; tudo de que precisa é sua fé. Algumas formas de fideísmo vão mais longe e afirmam que as crenças religiosas podem ser legítimas mesmo que se oponham ou entrem em conflito com a razão. Com essa rejeição ao pensamento tradicional e preestabelecido pelos gregos antigos e com sua ênfase no conhecimento humano e na razão, O Iluminismo revolucionou completamente a maneira como as pessoas viam a filosofia, a ciência, a política e a sociedade como um todo e mudou para sempre os rumos da filosofia ocidental.
Assim, o texto anterior, baseado nos princípios de uma religião medieval defendida pela filosofia cristã se opõem, de certa forma, ao pensamento moderno levantado pelos principais precursores do Iluminismo, quanto atual leitura da religião cristã mo período moderno. 
Por fim, é relevante relembrar que durante a Idade Média a filosofia cristã defendia a tese de que a fé e a razão eram inseparáveis, oposição ao Iluminismo que caracteriza, segundo David Hume que o indivíduo não precisa de razões (razão no estrito termo da palavra) para suas crenças religiosas. Apenas da fé. 

Referencias Bibliográficas:

MARCONDES, Danilo. Textos básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar.
TRUC, Gonzague. História da Filosofia - o drama do pensamento através dos séculos. Trad. Ruy flores Lopes e Leonel Vallandro. Porto alegre: Globo, 2006.

domingo, 16 de julho de 2017

Cristianismo, Filosofia e a Pratística

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Deus e as coisas que são de Deus são em tudo melhor.
Platão


Muitas são as discussões acerca da ligação entre cristianismo e a Filosofia, ou seja do cristianismo filosófico.
Para alguns especialistas o cristianismo é uma Filosofia, enquanto outros defendem a ideia contrária, afirmando que o cristianismo não é uma Filosofia.
Sabe-se que a Filosofia baseia-se na razão e o cristianismo origina-se na palavra de Deus e ensinamentos de Jesus, transcritos na Bíblia.
No cristianismo, ao morrer e ressuscitar, Jesus Cristo tornou-se redentor dos seres humanos. Na Filosofia, contudo, existe uma relação em vida entre mestre e discípulo.
Por outro lado, o cristianismo não tem a pretensão de ser uma filosofia racional, o que está claro com a ideia da santíssima trindade (doutrina cristã que professa um único Deus, preconizado em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo).
Outra diferença é que, na Filosofia, busca-se a verdade através da razão; já o cristianismo está centrado na fé em Jesus Cristo, o que estabelece uma caráter histórico à religião.
Apesar de aparente separação entre a Filosofia e o cristianismo, alguns líderes religiosos baseiam-se nas teorias dos filósofos para elaborar suas próprias doutrinas religiosas. (tome por base alguns papas como Bento XVI - catedrático em Filosofia e mais de seiscentos artigos, dos quais a maioria acerca da Filosofia e da religião). São Tomás de Aquino, por exemplo, utilizava-se alguns conceitos elaborados em Aristóteles.
Isso acontecia porque, durante a Idade Média, a Filosofia grega foi muito importante para a Igreja, pois, por meio do estudo dos filósofos clássicos, os líderes religiosos conseguiram dominar e/ou destruir os descendentes na fé. Assim, a Igreja utilizou-se de meios racionais e lógicos, em seu favor, para, logo depois, fazê-los acreditar e aceitar a fé cristã.
O cristianismo apresenta sim uma dimensão reflexiva e teórica. Os dogmas da fé cristã, por exemplo, procuram explicar certos elementos de nosso estado humano.
Nesse sentido, o cristianismo não é uma Filosofia propriamente dita, nos moldes que a conhecemos, porém o pensador cristão deve tratá-lo com coerência racional, em função da Filosofia.

A Filosofia patrística (Filosofia cristã)

A Filosofia patrística predominou no período  de decadência do Império Romano, durante o século III.
Essa é uma Filosofia cristã constituída pelo conjunto de pensamentos do clero da Igreja católica desse período, ou seja, consiste em uma visão racional dos princípios religiosos do catolicismo, na formalização doutrinal das verdades da fé do cristianismo contra as visões contrárias à fé católica, às quais eles chamavam de heresias.
As ideias veiculadas na Filosofia patrística procurava explicar a relação existente entre a fé e a razão, a natureza do divino, a importância da moral na vida humana. Nesse conjunto, os autores também davam extrema importância à alma.
Para o clero que representava a patrística, era de suma importância que o povo conseguisse controlar a paixão com racionalidade, além de ser imprescindível ter uma ética rigorosa.
A Filosofia patrística inspirou-se na grega, afirmando ser a expressão terminada da verdade, não obtida pelos filósofos gregos que a buscavam. Para esses pensadores religiosos, a verdade não havia sido respondida pelos gregos porque Deus ainda não havia se manifestado, e para a patrística, Deus é a única e soberana VERDADE.

O notório representante da Filosofia patrística: Santo Agostinho

Entre os principais e mais conhecidos representantes dessa Filosofia estão: Clemente de Alexandria (aproximadamente 150 a 215), Orígenes e (aproximadamente 185 a 253) Tertuliano (aproximadamente 155 a 222). Contudo, seu representante mais notório é Aureliano Agostinho (354 a 430), mais conhecido como Santo Agostinho.
Filho de Patrício, Agostinho foi criado em uma atmosfera extremamente fervorosa nos moldes da fé cristã.
Na juventude, quando esteve em Cartago para se aprofundar nos estudos, Agostinho viveu de forma bastante desgarrada, sem se importar com os princípios proclamados pelo cristianismo e caindo em profunda sensualidade e luxuria. 
Bastante inteligente e com uma excelente oratória, após terminar os estudos abriu uma escola em Cartago e passou a lecionar retórica. Posteriormente, lecionou em Roma e, em 384 em Milão, abandonando a carreira dois anos mais tarde, em 386 por motivos de saúde e mais tarde por questões religiosas e espirituais.
Agostinho, ainda na juventude, foi fortemente influenciado pelo maniqueísmo, corrente filosófica-cristã cujo fundamento é a dualidade: bem e mal, claro e escuro, etc. Os maniqueístas acreditavam que sua Filosofia era o verdadeiro cristianismo.
Mais tarde, já maduro e realizando um exame crítico de si mesmo, Agostinho teve contato com a Filosofia neoplatônica,  abraçando-a e abandonando o maniqueísmo.
O neoplatonismo é uma corrente filosófica que promoveu uma releitura do pensamento de Platão. A essência dessa filosofia era, contudo, uma visão cristã romana.
Os neoplatonistas pretendiam fortalecer o cristianismo, identificando e associando o pensamento de Platão a essa religião, misturando razão e fé, pois, para eles, ter fé é antes de mais nada uma ato de razão.
Eles justificavam os dogmas católicos pela razão e divulgavam que era necessário primeiro conhecer para depois crer. 
Ao ler as epístolas (cartas) do apóstolo Paulo na Bíblia, Agostinho acreditou ter recebido uma revelação divina, pois suas dúvidas desapareceram. Assim, influenciado pela mãe, pelo neoplatonismo e por essa revelação, ele abraça a fé cristã, batizando-se em 387.
Em seguida, Agostinho voltou para a África, onde se dedicou aos estudos e orações.
Agostinho foi ordenado sacerdote, e, em 395, sagrado bispo,na cidade de Hipona, na África, onde teve grande atuação episcopal. Em 397, escreveu a obra Confissões e, em 426, terminou de elaborar outra, a conhecida Cidade de Deus.
Agostinho faleceu em Hipona no ano de 430. Ele é considerado o maior representante da Filosofia patrística; e sua obra é tida como extremamente relevante para o cristianismo, pois ele se posicionava contra as heresias e a culpa que os pagãos tentavam impor ao cristianismo pela invasão de Roma em 410.
Para Agostinho, o ser humano tem em sua essência uma inclinação para o mal, pois já nasceu como pecador, devido ao pecado original de Adão e Eva, narrado na Bíblia.
Tanto é a importância do pensamento filosófico cristão de Agostinho que o Papa Emérito Bento XVI, o 265º na atual hierarquia, - o qual considero o Papa mais intelectual da Igreja Católica - "bebe" em seus artigos e encíclicas do legado cristão de Agostinho. Afirmando que razão e fé são indissociáveis 

Referencias Bibliográficas:

ARISTÓTELES. Arte retórica e arte poética. Rio de Janeiro: Ediouro, 1993.
AGOSTINHO, Santo. A cidade de Deus. São Paulo: Vozes, 2014.
BORNE, Étienne. O problema do mal: mito, razão e fé. São Paulo: É Realizações, 2014.
BENTO XVI. O último testamento. São Paulo: Planeta, 2017.
FRANCISCO, Papa. O Papa da simplicidade. Rio de Janeiro: Agir, 2017
KARNAl, Leandro. Pecar e perdoar: Deus e o homem na História. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2015.
REBINSKI, Marcelo. Paulo: o apóstolo da ironia: Suas cartas e a propagação do cristianismo. Revista de História. São Paulo: Unicamp, 2016.


sábado, 15 de julho de 2017

O que é a verdade?

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A verdade para o homem é o que faz dele um homem.
Saint-Exupéry


Todos nós, em algum momento de nossa vida, já nos perguntamos o que é a verdade. Os filósofos sempre refletiram sobre essa questão, buscando-a incessantemente, sendo essa a primeira busca da Filosofia.
Normalmente, surge dúvida em nossos pensamentos e, ao encontrarmos uma resposta para essa dúvida, seja por meio de deduções lógicas ou de alguma experiência sensível, acreditamos que encontramos a verdade. Nesse caso, podemos dizer que encontramos pensamentos, acreditamos como real; porém, para ser verdade, é necessário que todos, ao duvidarem, cheguem ao mesmo denominador comum, ou seja, a verdade universal, se assim não o for não é verdade, é uma "falsa verdade".
Podemos dizer que a busca da verdade dá sentido para a nossa existência, enquanto a falta dela leva o ser humano a desiludir-se.
O filósofo busca o conhecimento, busca a verdade, e, uma vez alcançada essa verdade, ela torna a fugir indefinidamente. O filósofo procura respostas para os problemas universais de todos os seres humanos; dentre eles, o que mais nos impressiona é justamente saber o que é a verdade. Porém, a Filosofia, apesar de ser conhecida como a busca da sabedoria, do conhecimento, não tem uma resposta pronta para definir o que é a verdade final, a verdade última.
O Dicionário de Filosofia de Cambridge apresenta a seguinte definição para verdade "qualidade daquelas proposições que estão de acordo com a realidade, especificando aquilo que realmente se trata".
A verdade filosófica busca explicações, interpretações e significados para aquilo que conhecemos como realidade.
Para o filósofo Descartes, a verdade é: "Penso, logo existo", ou seja, a consciência do pensamento é uma verdade inquestionável. Ele questiona tudo o que conhecia, tudo o que sabia, utilizava-se do método da dúvida para chegar a essa verdade.
Descartes, com sua dúvida metódica, afirmava que somente poderia aceitar algo como verdadeiro se fosse indubitável, se não pudesse questionar por meio do pensamento genuíno; portanto, para ele "penso, logo existo" é a única verdade, pois mesmo que alguém duvide do que pensa, de qualquer forma estaria pensando. Então, essa consciência do pensamento é verdadeira.
Para o filósofo Sócrates, famoso pela frase "só sei que nada sei", a verdade era alcançada pelo próprio indivíduo, que por meio de seu método de questionamento, a ironia e a maiêutica, ao final, concebia suas próprias ideias, sendo estas últimas as verdadeiras, genuínas e autênticas, alcançando assim o conhecimento, a verdade.
Platão, em seu texto "O mito da caverna", assim escreve:

A caverna subterrânea é o mundo visível. O fogo que ilumina é a luz do sol. O acorrentado que se eleva à região superior e a contempla é a alma que se eleva ao mundo inteligível.[...] Nas últimas fronteiras do mundo inteligível, está a ideia do bem criador da luz e do Sol no mundo visível, autora da inteligência e da verdade no mundo invisível e sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos levantados para agir com sabedoria nos negócios individuais e públicos.

Para ele, o homem necessita sair das sombras, "sair da caverna" para se libertar da ilusão, pois as sombras da caverna apresentam apenas a superfície sombria da realidade, da aparência; para se alcançar a verdade é necessário caminhar em busca do conhecimento.
Assim, para Platão, o ser humano não conhece a verdade tão facilmente; precisa buscá-la a cada dia, pois, se não a buscar, ficará sempre nas sombras, acreditando que ali se encontra a realidade e a verdade.
Para Platão, os filósofos, por serem "buscadores da verdade", são os mais aptos e únicos seres que podem atingir o mundo das ideias, do conhecimento  verdadeiro, da realidade. Para esse pensador, a dialética era o instrumento utilizado para se atingir o conhecimento científico.
Em Aristóteles, para chegar à verdade, era necessário percorrer quadro degraus: o da ignorância, o da dúvida, o da opinião e o da certeza.
Para São Tomás de Aquino, "a verdade é a adequação do pensamento à coisa real".
Portanto, cada filósofo define a verdade de uma maneira particular, dependendo de sua época, de sua visão de mundo e de qual escola filosófica influenciou seu pensamento; porém, todos buscam essa verdade incessantemente.
Em todas as áreas do conhecimento humano, busca-se a verdade. Na ciência, ela é atingida quando se tem um conhecimento total ao mundo. Na metafísica, a verdade é o ser; na lógica são as ideias sem falhas de raciocínio; para a religião, é a manifestação ampla e total da divindade.
Desse modo, é difícil conceituar a verdade. Ao longo do tempo, cada pensador acredita em sua verdade. Cada um tem uma maneira própria para buscá-la. Nesse sentido, cada um tem uma visão parcialmente única da verdade. Não existem, porém, várias verdades, cada um tem a sua. Isso significa, simplesmente, que se deve procurar a verdade incessantemente, e que nenhum sistema que se firme como verdadeiro pode de fato ser, pois nenhum trata inteiramente da realidade sem torná-la inquestionável.
Portanto, meus caros leitores, a verdade para a Filosofia é questionável, é a busca do conhecimento pessoal e racional. Como diz meu apreciado filósofo alemão, Friedrich Nietzsche, "não há fatos eternos, como não há verdades absolutas. 


Referencias Bibliográficas:

ARISTÓTELES. Coleção Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 2004.
NIETZSCHE. A Gaia da Ciência. São Paulo: Editora Leya, 2016.
PLATÃO. A República. São Paulo: Nova Cultural, 2004.